CCD 2 – C.M. LISBOA 1

CCD 2 – C.M. LISBOA 1

ATITUDE E GARRA RECOMPENSAM… 

CCD e Câmara de Lisboa protagonizaram um desafio bastante emotivo e, no final, a vitória justifica-se pela garra evidenciada pela equipa do CCD, que, perante adversidades, conseguiu ser superior durante todo o jogo, marcado pela forte chuvada e pelo pesado estado do terreno, que dificultou o trabalho das equipas.

Houve aplausos da bancada, mas até chegarem esses aplausos, houve muita luta e suor. E alguns suores frios também.

De facto, a velocidade e a dinâmica impostas pela formação da casa prevaleceram nos instantes iniciais e aproveitaram para explanar bem o contra-ataque, opção que lhes poderia ter dado dois golos antes do intervalo.

Bem organizados defensivamente, os jogadores do CCD começaram por repetir pecados recentes na finalização: era quase tudo bem feito até à área, mas mantinham-se ligeiros desacertos no último toque.

Durante grande parte do jogo, o futebol do CCD nos últimos trinta metros foi como que à luz de Lavoisier: nada se perde, tudo se transforma. Quando a bola chegava a Nilson, Hugo, Leonel, Rui, Verdasca ou Paulo Pinto, as movimentações eram de tal forma perfeitas que a defesa adversária não sabia onde se enfiar, abrindo espaços – ou buracos, para ser mais exato e menos simpático – por todos os lados.

O treinador Rui Santos fez de Paulo Pinto cabeça de ataque, amparado por Verdasca, procurando que resultasse mobilidade suficiente para baralhar a defesa da Câmara de Lisboa. E eles foram baralhando na primeira parte, sobretudo Verdasca, esticando os passes a rasgar que vinham dos médios e que eram autênticas tesouradas nos planos defensivos do adversário. Sem ser esmagador, o CCD conseguia controlar e ameaçar, sobretudo à conta das acelerações de Verdasca e Paulo Pinto.

Orquestra afinada. A segunda parte do jogo variou a temperatura entre o gelado e o quente, com alterações no marcador. Assistiu-se a um festival ofensivo com os avançados do CCD a desperdiçarem duas boas oportunidades. E aproveitando o balanceamento ofensivo, Verdasca fez jus à alcunha de “fabuloso” com um passe magistral para Paulo Pinto fazer o primeiro golo aos 57 minutos. Uma orquestra afinada com a bola nos pés é capaz de coisas assim: em apenas três toques fabrica um golo. Na verdade, e se calhar por ter sido um bocadinho à imagem do que costuma fazer o CCD, esse acabou por ser mais do que um grande golo: bem desenhado com os pés, foi também um momento decisivamente terapêutico para a equipa, reforçando a tranquilidade. 

Nesta altura, já o técnico Rui Santos tinha recorrido ao músculo de Nilson que ganhou protagonismo como organizador de jogo e apurava a assistência de longa distância. Uma delas, de Nilson para Paulo Pinto, esteve perto de se transformar no segundo golo do internacional do CCD.

A equipa da Câmara de Lisboa, claramente motivada por defrontar o “histórico” CCD, disputava cada jogada com grande intensidade e não dava espaços ao adversário. Ao minuto 72 chegou à igualdade após um bom trabalho individual do avançado da Câmara de Lisboa.

Contudo, os homens do CCD agigantaram-se no derradeiro quarto de hora, em termos de resistência, e, foi com naturalidade que se colocaram em vantagem, mercê da tal simplicidade de processos (treinados em campo, com insistência) em que os médios Hugo, Leonel, Rui e Nilson  galvanizaram uma vez mais toda a equipa, revelando-se decisiva para a construção da vitória.

Entre esses lances de perigo, já Diogo Malheiro tinha feito duas defesas sensacionais, evitando o golo da Câmara de Lisboa.

Aos 74´, na sequência de um pontapé de canto Rui Santos, o camisola 7, assistiu Nilson, que de cabeça desvia para Bruno Cardoso cuja veia goleadora não perdoou e garantiu que a vitória já não fugia ao CCD que, apesar do susto, está claramente mais próximo do nível que atingiu em temporadas recentes e que lhe permitiu regressar aos títulos. A luta continua.

Flash interview. “Este é o CCD que quero ver. Estamos de parabéns pelo empenho. Ao intervalo disse aos jogadores que estavam a fazer um bom jogo e pedi mais atitude. Vitória muito importante.”afirmou o treinador Rui Santos.

  • Equipa do CCD

    Diogo

    4

     

    Diogo

     

     

    P.Monteiro

    4

     

     

     

     

    Bruno

    4,5

     

     

     

     

    4

    P.Monteiro

    Bruno

    P.Assunção

    P.Assunção

    4

     

     

     

     

    Nilson

    4

    Nilson

    Rui

    Leonel

    Hugo

    Rui Santos

    4

     

     

     

     

    Hugo

    4

     

     

     

     

    Leonel

    4

     

     

    P Pinto

     

    Paulo Pinto

    4,5

     

    Verdasca

     

     

    Verdasca

    4,5

     

     

     

     

    Suplentes 

     

     

     

     

     

    C. Mendes

    -

     

     

     

     

    Tapadas

    -

     

     

     

     

    C. Sanches

    -

     

     Táctica: 4-4-1-1

     

    (0-Mau-5-Excelente) 

      
  • Disciplina- cartão amarelo: P. Pinto (retirado a pedido do Leonel !!!...)
  •  

 

  • Assistência: 5 espectadores (!!!...), dois dos quais afectos ao CCD. 

Estes resistentes ao intenso frio e chuva que se fizeram sentir durante toda a partida ajudaram através dos seus cânticos de incentivo o caminho para a vitória. 

 

  • Presentes: Cócó (engripado); filha do Tapadas. 
  • Ausentes: Joaõzinho (continua a estudar…); Bernardo (lesionado); Paulo Santos (castigo disciplinar); Martins (motivos pessoais); Quim (motivos pessoais); Simão (a vender bifanas na feira do “relógio”). 
  • Jogadores em campo: 
  • Diogo (4): Começou por evitar o golo com uma defesa corajosa e depois ainda voou para defender um remate perigoso. Sempre com segurança e não precisou fazer mais. 
  • P. Monteiro (4): Cada vez mais preponderante na segurança do sector defensivo. Entrou bem, emprestou velocidade ao ataque e deu energia positiva à equipa. 
  • Bruno (4,5) Cansa vê-lo jogar. Com uma capacidade física impressionante, não parou um minuto. Está em grande forma, até com dotes goleadores… no golo da vitória. Foi o ponto artístico numa manhã de domingo… 
  • Tó (4): Cortou tudo e mais alguma coisa…boa leitura nas dobras aos laterais. Impressionante a quantidade de vezes que afastou o perigo. A jogar com a classe e qualidade de domingo vai durar ainda muitos anos. 
  • P. Assunção (4): Fez cortes precisos e eficaz a defender o “chuveirinho”. Boa exibição deste jovem internacional, que teve capacidade para estar em todo o lado. 
  • Nilson (4): Muito bem no choque, ganhou um sem-fim de bolas e, ao seu estilo, o internacional do CCD mostrou estar a atravessar um excelente momento de forma, evidenciando uma fantasia e talento de nível mundial. 
  • Rui (4): Controlou o meio-campo, tentou o brilho com passes longos e teve um par de boas saídas para o ataque contribuindo, e muito, para o triunfo. Exímio nas bolas paradas, já tinha ameaçado com pontapé de cato para o sítio certo e, poucos minutos depois colocou a bola na cabeça de Nilson  para o golo da vitória. 
  • Hugo (4): Com a missão de alimentar o trio da frente, o jovem internacional, se é verdade que não sabe jogar mal destacou-se pela capacidade de combate. Lutou muito, mas esteve melhor nos processos defensivos do que nos ofensivos. 
  • Leonel (4): Anda nisto há muitos anos, sempre com intensidade alta. O capitão foi a voz, a força e o querer do CCD. Mais uma exibição cheia de fôlego e com rasgos de qualidade. 
  • P. Pinto (4,5): Ninguém trava o internacional do CCD. Paulo Pinto foi sempre a referência de todas as ofensivas da equipa, marca há várias jornadas e é, sem sombra de dúvida, um jogador decisivo. 
  • Verdasca (4,5): É um dos homens do jogo entre a equipa do CCD que terá que abrir os cordões à bolsa para ficar com o avançado internacional a título definitivo mas pelo menos tem a garantia que o camisola 10 está feliz de emblema do CCD ao peito e isso nota-se à distância. Não marcou mas esteve no primeiro golo com um passe magistral e fez uma exibição de alto gabarito com pormenores de classe. 

Carlos Mendes 

14.02.2011